sexta-feira, 27 de setembro de 2013

OBSESSÃO

OBSESSÃO



Certamente que você deve olhar para a frente, onde novas descobertas descerram horizonte ilimitados, e não para trás.

Tudo afirma o poder da máquina. Dispõem os homens, agora, de invenções, a fim de acompanhar a resolução científica, mas em todo o mundo, à nossa volta, há uma grande escuridão espiritual. Em toda parte, podemos observar a frustração, a dúvida, a aflição e o medo do futuro.

Muitos parecem hoje novos-ricos e novos-pobres na verdade espiritual. A Ciência está iluminando aspectos exteriores da vida, enquanto crises de ansiedade a estão danificando por dentro. O mundo nos parece imenso aprendizado sob a investida de perigosos inimigos da alma.

Que pode ser feito sobre isso? Devemos continuar sentados e aplaudir?

Quando nego ajuda ao meu irmão, nego-a a mim mesmo.

Teremos de penetrar mais nesse problema, porque estamos imersos nele.

Aqui e ali, devemos desviar-nos do nosso caminho para ajudar o semelhante
desencorajado e abandonado.

Depois da morte, no mundo espiritual, compreendemos isso. E você?

Você e eu podemos estar firmes com a verdade, mas nenhum de nós está livre de culpa.

Falhamos mais freqüentemente do que pensamos. Em outras palavras, caímos facilmente na fraqueza, no egoísmo, na intolerância, na crueldade, ou na impaciência. Sempre que isso acontece, Espíritos obsessores exercem sua influência sobre você. A insanidade pode eclodir. Então você deve orar, a fim de encontrar um meio prático de libertar-se.

Acima de tudo, coopere. Busque o Bem. Você pode ajudar os outros, porque nunca está só. Sempre que se precisa de ajuda, Deus está por perto. O espírito inferior deve tornar-se homem verdadeiro, antes de ser anjo. Todos esses chamados demônios são seres humanos. Que possamos abençoá-los e dar-lhes mais amor.





pelo Espírito Ernest O Brien, Do Livro: Entre Irmãos de Outras Terras, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

EXPERIÊNCIAS DIFÍCEIS

A beleza física pode provocar tragédias imprevisíveis para a alma, se esta não possui discernimento.

Excessivo dinheiro é porta para a indigência, se o detentor da fortuna não consolidou o próprio equilíbrio.

Demasiado conforto é desvantagem, se a criatura não aprendeu a arte de desprender-se.

Muito destaque é introdução a queda espetacular, se o homem não amadureceu o raciocínio.

Considerável autoridade estraga a alegria de viver, se a mente ainda não cultiva o senso das proporções.

Grande carga de responsabilidade extermina a existência daquele que ainda não ultrapassou a compreensão comum.

Enorme cabedal de conhecimento, em meio de inúmeras pessoas ignorantes, vulgares ou insensatas, é fruto venenoso e amargo, se o espírito ainda não se resignou à solidão.





pelo Espírito André Luiz, Do Livro: Agenda Cristã, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

VÓS, ENTRETANTO

“Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.” — Paulo. (ROMANOS, CAPÍTULO 15, VERSÍCULO 1.)


Com que objetivo adquire o homem a noção justa da confiança em Deus? Para furtar-se à luta e viver aguardando o céu?

Semelhante atitude não seria compreensível.

O discípulo alcança a luz do conhecimento, a fim de aplicá-la ao próprio caminho.

Concedeu-lhe Jesus um traço do Céu para que o desenvolva e estenda através da terra em que pisa.

Receber o sagrado auxílio do Mestre e subtrair-se-lhe à oficina de redenção é testemunhar ignorância extrema.

Dar-se a Cristo é trabalhar pelo estabelecimento de seu reino.

Os templos terrestres, por ausência de compreensão da verdade, permanecem repletos de almas paralíticas, que desertaram do serviço por anseio de bem-aventurança.

Isto pode entender-se nas criaturas que ainda não adquiriram o necessário senso da realidade, mas vós, os que já sois fortes no conhecimento, não deveis repousar na indiferença ante os impositivos sagrados da luz acesa, pela infinita bondade do Cristo, em vosso mundo íntimo. É imprescindível tome cada um os seus instrumentos de trabalho, na tarefa que lhe cabe, agindo pela vitória do bem, no círculo de pessoas e atividades que o cercam.

Muitos espíritos doentes, nas falsas preocupações e na ociosidade do mundo, poderão alegar ignorância. Vós, entretanto, não sois fracos, nem pobres da misericórdia do Senhor.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Pão Nosso, Médium: Francisco Cândido Xavier



CRENÇA RELIGIOSA

Muita falta faz à criatura humana uma saudável crença religiosa trabalhada em experiências pessoais, que lhe facultem uma visão global da vida, seus objetivos essenciais e secundários, fixada no futuro que cada qual elege para si mesmo através do comportamento que se permite.

Raiará, porém, oportunamente, nova aurora de fé, consubstanciada na vivência da realidade espiritual, quando a mediunidade dignificada e colocada a serviço do intercâmbio entre as duas faixas vibratórias da vida ensejará a compreensão da existência terrena dentro dos parâmetros enobrecedores e não mediante as ilusões dos sentidos sempre arbitrárias, dando a idéia falsa de uma perenidade que não existe, em razão da consumpção que ocorre com o organismo físico.

Quando o ser humano conscientizar-se de que é essencialmente Espírito e não invólucro material, tomará a decisão de viver conforme os padrões elevados da justiça e da eqüidade, do amor e da caridade, desenovelando-se das paixões primevas para vivenciar as experiências iluminativas e libertadoras que lhe estão reservadas, em favor da sua incessante ascensão moral.

Ao Espiritismo cabe essa gloriosa tarefa, que vem sendo adiada em razão da indecisão de muitos dos seus adeptos que não introjetaram na conduta, conforme seria de desejar, os postulados libertadores de que a Doutrina se constitui.

pelo Espírito Victor Hugo, Do Livro: Os Diamantes Fatídicos, Médium Divaldo Franco.

sábado, 14 de setembro de 2013

MENSAGEM AOS JOVENS





Que Deus abençoe a juventude!

Os jovens são as primeiras luzes do amanhecer do futuro.

Cuidar de os preservar para os graves compromissos que lhes estão destinados constitui o inadiável desafio da educação.

Criar-se condições apropriadas para o seu desenvolvimento intelecto-moral e espiritual, é o dever da geração moderna, de modo que venham a dispor dos recursos valiosos para o desempenho dos deveres para os quais renasceram.

Os jovens de hoje são, portanto, a sociedade de amanhã, e essa, evidentemente, se apresentará portadora dos tesouros que lhes sejam propiciados desde hoje para a vitória desses nautas do porvir.

Numa sociedade permissiva e utilitarista como esta vigoram os convites para a luxúria, o consumismo, a excentricidade irresponsáveis.

Enquanto as esquinas do prazer multiplicam-se em toda parte, a austeridade moral banaliza-se a soldo das situações e circunstâncias reprocháveis que lhes são oferecidas como objetivos a alcançar.

À medida que a promiscuidade torna-se a palavra de ordem, os corpos jovens, ávidos de prazer, afogam-se no pântano do gozo para o qual ainda não dispõem das resistências morais e do discernimento emocional.

Os apelos a que se encontram expostos desgastam-nos antes do amadurecimento psicológico para os enfrentamentos, dando lugar, primeiro, à contaminação morbosa para a larga consumpção da existência desperdiçada.

Todo jovem anseia por um lugar ao Sol, a fim de alcançar o que supõe ser a felicidade.

Informados equivocadamente sobre o que é ser feliz, ora por castrações religiosas, familiares, sociológicas, outras vezes, liberados excessivamente, não sabem eleger o comportamento que pode proporcionar a plenitude, derrapando em comportamentos infelizes…

Na fase juvenil o organismo explode de energia que deverá ser canalizada para o estudo, as disciplinas morais, os exercícios de equilíbrio, a fim de que se transforme em vigor capaz de resistir a todas as vicissitudes do processo evolutivo.

Não é fácil manter-se jovem e saudável num grupo social pervertido e sem sentido ou objetivo dignificante…

Não desistam os jovens de reivindicar os seus direitos de cidadania, de clamar pela justiça social, de insistir pelos recursos que lhes são destinados pela Vida.

Direcionando o pensamento para a harmonia, embora os desastres de vário porte que acontecem continuamente, trabalhar pela preservação da paz, do apoio aos fracos e oprimidos, aos esfaimados e enfermos, às crianças e às mulheres, aos idosos e aos párias e excluídos dos círculos da hipocrisia, é um programa desafiador que aguarda a ação vigorosa.

Buscar a autenticidade e o sentido da existência é parte fundamental do seu compromisso de desenvolvimento ético.
A juventude orgânica do ser humano, embora seja a mais longa do reino animal, é de breve curso, porquanto logo se esboçam as características de adulto quando os efeitos já se apresentam.

É verdade que este é o mundo de angústias que as gerações passadas, estruturadas em guerras e privilégios para uns em detrimento de outros, quando o idealismo ancestral cedeu lugar ao niilismo aniquilador e a força do poder predominava, edificaram como os ideais de vida para a Humanidade.
É hora de refazer e de recompor.

O tempo urge no relógio da evolução humana.

Escrevendo a Timóteo, seu discípulo amado, o apóstolo Paulo exortava-o a ser sóbrio em todas as coisas, suportar os sofrimentos, a fazer a obra dum evangelista, a desempenhar bem o teu ministério. (*)

Juventude formosa e sonhadora!

Tudo quanto contemples em forma de corrupção, de degradação, de miséria, é a herança maléfica da insensatez e da crueldade.

Necessário que pares na correria alucinada pelos tóxicos da ilusão e reflexiones, pois que estes são os teus dias de preparação, a fim de que não repitas, mais tarde, tudo quanto agora censuras ou te permites em fuga emocional, evitando o enfrentamento indispensável ao triunfo pessoal.

O alvorecer borda de cores a noite sombria na qual se homiziam o crime e a sordidez.

Faze luz desde agora, não te comprometendo com o mal, não te asfixiando nos vapores que embriagam os sentidos e vilipendiam o ser.

És o amanhecer!

Indispensável clarear todas as sombras com a soberana luz do amor e caminhar com segurança na direção do dia pleno.

Não te permitas corromper pelos astutos triunfadores de um dia. Eles já foram jovens e enfermaram muito cedo, enquanto desfrutas do conhecimento saudável da vida condigna.

Apontando o caminho a um jovem rico que O interrogou como conseguir o Reino dos Céus, Jesus respondeu com firmeza: - Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos Céus, depois vem e segue-me...(1) iniciando o esforço agora.

Não há outra alternativa a seguir.

Vende ao amor as tuas forças e segue o Mestre Incomparável hoje, porque amanhã, possivelmente, será tarde demais.

Hoje é o teu dia.

Avança!


(*)II Timóteo 4:5.
(1) Mateus 19:21.
Notas da Autora espiritual.

pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 22 de julho de 2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

INFLUÊNCIA PARALISANTE

INFLUÊNCIA PARALISANTE



A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo. (O Livro dos Médiuns, 2.a parte, cap. XXIII, item 240, § 1.o)


Sem desconsiderarmos os casos de patologias que agem sobre os centros da motricidade de certos indivíduos, fazendo-os ancilosados, mencionamos um gênero de perturbação obsessiva, que vem, sem dúvida, dominando companheiros desavisados ou desassisados que, gradualmente, se aprofundam em miasmas infelizes, sem que disso se apercebam.

Referimo-nos ao que poderíamos chamar de obsessão anestesiante.

É válida a consideração pelos anestésicos, quando eles representam conquistas abençoadas do progresso do mundo, objetivando o impedimento das dores torturantes. Entretanto, identificamos outros tipos de substâncias, trabalhadas por psiquismos cruéis e infelicitadores que, quando assimiladas pela alma, têm o poder de detê-las na caminhada para a frente.

Variados têm sido os que se deixam conduzir pelas influências narcóticas de muitas mentes atreladas ao mal ou ao marasmo, do Mundo Invisível, naturalmente desleixados com relação à vigilância íntima, realizando seus afazeres, quando os realizam, como quem se desincumbe de um fardo pesado e difícil, mas não como quem participa do alevantamento espiritual da Humanidade.

Encontram-se elementos que se acostumaram a deixar tudo para que seja feito amanhã, quando o dia de hoje pede disposição e não adiamento.

Ninguém pode, em sanidade de consciência, afirmar que estará no corpo somático no dia seguinte. Temos aí, então, maior razão para que não retardemos os labores que têm regime de urgência em nossa pauta de tarefas.

Diversos irmãos da Terra, portadores de enorme quota de má vontade ou deixando as próprias mentes mergulhadas na displicência, são envolvidos nos vapores letárgicos, paralisantes, que impedem a continuidade dinâmica da obra sob seus cuidados.

Há sempre uma providência que se pode procrastinar.

Surgem problemas a solucionar na esfera de renovação do Espírito, sempre postergados, sem que os companheiros se deem conta de que poderão estar sendo minados por fluidos anestesiantes da vontade.

Uma vez que não puderam impedir que muitas criaturas aceitassem e desejassem servir na Seara do Cristo, Entidades do Além, inimigas do progresso e da luz, que não se dão por vencidas com a primeira perda, fazem com que esses mesmos indivíduos não se movimentem no bem, que tem caráter de premência e que depende tão somente da boa vontade dos lidadores. Estão no movimento do bem, mas não atuam com o bem, o que é sempre lastimável.

Não fazemos apologia das neuroses da pressa. Não estamos aconselhando desequilíbrios e irreflexão, seriamente comprometedores. Estamos, isto sim, conclamando aos que costumam meditar nas questões da alma, para que não se permitam o amolentamento, a preguiça, a pachorra, em pleno labor de Jesus, quando da Terra inteira se erguem gritos de imensa necessidade de equilíbrio e de paz.

É importante cuidar do corpo, repousar, quando os trabalhos imponham desgastes. É da Lei Divina.

Se o problema é de enfermidade física ou estafa orgânica ou mental, é justo se providencie o devido tratamento.

O que não nos cabe fomentar ou aplaudir é a postura dos que estão sempre esgotados, por pouco ou nada que façam, exigindo largos períodos de estacionamento, e, quando se decidem por algo fazer, demoram sem rendimento positivo, complicam a atividade geral, francamente embriagados por energias anestesiantes que, ameaçadoramente, têm tomado em seu bojo a muitos seareiros irrefletidos, preparando-lhes grandes tormentos de remorsos e angústias para logo mais, quando a hora propícia e ideal para o trabalho do bem já houver passado.

Quando sintas que, não obstante o repouso, não tens ânimo para as leituras e quefazeres edificantes, ou quando a sonolência tornar-se presença comum em suas horas de estudo ou de necessária atenção aos chamados do Infinito, ergue a tua oração e roga dos Benfeitores Celestes o socorro, a assistência de que careças, a fim de te desviares desses dardos morbíficos que se destinam a retardar a ação do bem na Terra, produzindo narcose nos combatentes invigilantes, exatamente porque esse bem, em última análise, é a atuação de Jesus Cristo reafirmando o Seu amor a todos nós, ovelhas desgarradas do Seu rebanho, da esperança e da ação.

pelo Espírito Camilo, Psicografia de J. Raul Teixeira

terça-feira, 10 de setembro de 2013

SOBERANAS LEIS EV.Cap.I, Item 3. - Jesus e o Evangelho a Luz da Psicologia Profunda - Joanna de Ângelis


SOBERANAS LEIS
EV.Cap.I, Item 3.
Não penseis que eu tenha vindo destruir alei ou os profetas...
S. Mateus, cap. V, v. 17.
A Lei natural, que vige em todo o Universo, é a de Amor, que se exterioriza de Deus mediante a Sua criação.
O Cosmo equilibra-se em parâmetros de harmonia inalterada, porque procede de uma Causalidade inteligente que tudo estabeleceu em equilíbrio.
Essa ordem espontânea é sempre a mesma em toda parte, expressando-se como modelo para a conquista integral de todas as coisas, particularmente do Eu profundo, que dorme em latência nos seres aguardando os fatores propiciatórios à sua manifestação.
No começo é a sombra dominante, geradora de impulsos automáticos, inconscientes, herança dos períodos primeiros da evolução, quando se instalaram no psiquismo os instintos primários, que remanescem em controle das atividades do processo de crescimento. Inconsciente da sua realidade imortal, o ser é atraído para a Grande Luz libertadora, experimentando os embates internos que o desalojam da concha vigorosa onde se encarcera, facultando-lhe os primeiros voos do discemimento e da
razão com promessas de plenitude.
Como efeito inevitável, a inspiração superior vem trabalhando em nome dessa Lei, para que o Espírito modele as asas para a ascensão, através de disciplinas morais e sociais, mediante as quais aprende a dominar os impulsos e racionalizá-los, para que no futuro consiga introjetar o sentimento profundo do amor e, mergulhado conscientemente na Lei Natural, consiga utilizar-se da intuição ou comunicação direta com o Pensamento Univasal espraiado em toda parte, ascendendo aos planos da felicidade que almeja.
Moisés houvera estabelecido por inspiração e observação os códigos essenciais ao processo de libertação da sombra e elaborou o Decálogo conduzido pelo Psiquismo Divino, tornando-o indestrutível, paradigma para todas as demais leis, por conter em essência o fundamento do respeito a Deus, à vida, aos seres em geral e a si mesmo em particular.
A época, caracterizada pela predominância da sombra coletíva, tomava-se indispensável que ficassem estabelecidas trajetórias de grande vigor, mediante o processo avançado em relacão à Lei de talião, aquela que punia conforme o tipo de delito praticado: o lho por olho, dente por dente...
O ser humano compreendia que a amputação de um membro que houvera delinquido não correspondia a uma medida de justiça, mas sim de vingança, porque, afinal, não é o órgão que injuria, que comete o delito, mas sim é o ser pensante que transfere a atribuição da responsabilidade, propondo outro tipo de correção.
A reeducação passou a ser a medida própria para reabililitar o infrator, antes que para destruir-lhe a existência corporal ou parte dela.
Desde o primeiro código moral e legal, conhecido e exarado na estela de pedra por Hamurabi, que ficaram os primeiros sinais de respeito pela vida e pelos seres humanos, embora a dominação arbitrária dos poderosos em trânsito para o túmulo, sempre vitimados pela sombra que neles era a característica essencial.
Jesus, o Homem excelente, chegou à Terra e defrontou a ignorância em predomínio trazendo a mensagem de amor que jamais fora apresentada antes na formulação de que Ele se fazia portador.
O amor era considerado sentimento feminino, próprio da fragilidade atribuída à mulher, porque se ignorava a força existente na anima que existe em todos os homens, prepotentemente submetidos ao férreo jugo da brutalidade. Da mesma forma, o animus que compõe psicologicamente o ser feminino era propositalmente ignorado, a fim de não ser vítima de punição, que atribuía à mulher culpa e responsabilidade pelo delíquio inicial do homem, portanto, a degradação de toda a Humanidade.
Esse barbarismo conceptual encontrava a sua extravagante inspiração na Bíblia, interpretada de forma conveniente e dominadora em desserviço das admiráveis imagens que revestem o pensamento original e podem ser decodificadas pela moderna psicologia profunda, como também pela psicanálise, retirando os mitos nela existentes e configurando os arquétipos que prosseguem no inconsciente individual e coletivo de todas as criaturas humanas.
Jesus não foi o biótipo de legislador convencional. Ele não veio submeter a Humanidade nem submeter-se às Leis vigentes. Era portador de uma revolução que tem por base o amor na sua essencialidade mais excelente e sutil, e que adotado transforma os alicerces morais do indivíduo e da sociedade.
As do Seu tempo eram leis injustas e condenatórias, punitivas e impiedosas, que viam o ser humano apenas como um animal passível de domesticaçâo, e quando se lhe patenteava a rebeldia, tornava-se merecedor de extermínio para o bem da sociedade. Mormente que as paixões da sombra, envolvente dos legisladores e seus tribunais, sempre preponderavam nas decisões criminosas, não menos merecedoras de reparação do que aquelas que pretendiam justiçar.
A superioridade espiritual e moral de Jesus entendeu a necessidade, não a primazia desse código perverso, e submete-se, pois que Ele viera também para dar exemplo dos postulados que recomendava, considerando respeitáveis os profetas e legisladores que as estabeleceram nos seus respectivos períodos. Todavia, Ele trazia uma nova versão da realidade, centrada no ser imortal, procedente do mundo espiritual e a ele volvendo, o que alterava a estrutura da justiça, que não mais deveria ser punitiva-destrutiva, mas educativa-reabilitadora.
O ser humano erra por ignorância ou rebeldia, sob os estímulos do ego autodefensor, sem conhecimento profundo do significado existencial, do valor de si mesmo.
Mergulhado em sombra, esse lado escuro da personalidade sobressai-se e impulsiona a ações que estão destituídas da razão e da compaixão, desnaturadas nas bases e dominantes na essência.
O ensinamento de Jesus fundamenta-se na evolução do Self, iluminando a sombra e vencendo-a.
Ele vem buscar o ser humano no abismo em que se encontra , priorizando os valores éticos e espirituais e deixando à margem as compensações egóicas, porque aquele que já desfrutou de felicidade e não a soube repartir com o seu próximo, terá menos possibilidade de fruí-la depois da vida física.
Todos os objetivos da Boa Nova que Ele trouxe centram-se no futuro do Espírito, na sua emancipação total, na sua incessante busca de Deus.
Tornando-se o Caminho, a Sua é a Verdade que conduzà Vida, à plenitude, ao armazenamento de sabedoria e de amor.
Na conquista desse objetivo, não importam os preços e testemunhos, os impositivos das legislações, mesmo quando arbitrárias e injustas, porque são transitórias. No entanto, diante da Consciência Cósmica, a escala de valores é feita mediante condutas essenciais, aquelas que são do ser em si mesmo responsável e assume as consequências dos seus hábitos perante a vida.
Todoo Seu verbo está exarado em linguagem programada para resistir aos tempos de evolução do pensamento e abrir espaços para as repercussões sociológicas e espirituais, éticas essenciais e morais seguras através dos diferentes períodos da Humanidade.
Ocultando grandes verdades em símbolos compatíveis com a compreensão do momento, utilizou-se com sabedoria dos conteúdos dos hábitos diários para compor o mais admirável hino de louvor à vida de que se tem conhecimento.
Suas parábolas, argamassadas com o cimento das lições do cotidiano, são discursos para todos os períodos do desenvolvimento sócio-psicológico das criaturas. Não obstante, fez grandes silêncios em tomo de verdades mais transcendentes que poderiam ser desnaturadas por falta de amadurecimento evolutivo e psicológico dos Seus coevos, impossibilitados mesmo de registrar o pensamento, que sofreria, inevitavelmente, mutilações, adaptações, adulterações de acordo com os interesses vigentes em cada estágio da evolução.
Tornava-se, por outro lado, necessário que a Ciência pudesse corroborar-Lhe os postulados, oferecendo à razão os meios de aceitação compatíveis com as exigências do sentimento destravado das leis vigorosas e primitivas, bem como dos dogmas que as substituiriam, tão perversos quanto as mesmas, a fim de manterem as mentes submetidas aos interesses das religiões e dos Estados ultramontanos.
Pelo mecanismo inevitável e incoercível das reencarnações, missionários do Bem e da Luz periodicamente mergulhando no corpo esbatiam a sombra coletiva, libertando o ser daquela que nele predominasse, mediante o esforço de adaptação às conquistas da inteligência e da emoção.
Na perspectiva, portanto, da psicologia profunda, a Lei de amor está inserta no ser legítimo, trabalhando-o sem cessar face ao fatalismo da evolução nele predominante, ao tempo em que os conceitos de imortalidade, de comunicabilidade do Espírito após a morte e da reencarnação pudessem receber o aval da Ciência investigadora, abrindo novos horizontes para o amadurecimento psicológico, gerador da felicidade humana.
Por isso, o enunciado de Jesus: Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas, é de significado relevante e essencial, ensinando que, mesmo diante de leis injustas e imposições apaixonadas, o ser lúcido não deve criar embaraços ou temer as injunções negativas, porquanto, na sua liberdade interior, nada de fora consegue alcançá-lo realmente, exceto a sabedoria da Lei Natural inserta na sua consciência.